terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Desapego ...


Coisas imperfeitas costumavam me provocar muito.
Sempre que via os defeitos ou falhas de alguém ou de alguma coisa, tinha uma tendência terrível de querer concertá-las ou torná-las melhores.
Quando se tratava de objetos costumava tentar colá-los ou concertá-los de alguma maneira. E, quando não conseguia, tentava ao menos disfarçar, um pouco, seus defeitos mais evidentes.
Em relação às pessoas, me desmanchava em conselhos e opiniões para que a pessoa mudasse ou se tornasse  melhor.
Quando o problema era comigo, tentava esconder os defeitos e maquiar as falhas o máximo que pudia, fossem elas físicas ou emocionais.
Porém percebi que quanto mais me comportava dessa maneira, mais as imperfeições me perseguiam.
Isso se tornou tão frequente que já estava até me acostumando a conviver com as avarias.
Por mais que eu me preocupasse em verificar o bom estado de tudo, sempre acabava descobrindo um pequeno defeito.
Mas, a verdade é que de uns tempos para cá tenho me sentido bem cansada em relação a isso. E mais, tenho me perguntado sobre o porque de tantas imperfeições ao meu redor.
Até hoje não sei se eu as atraio ou se elas me perseguem!
Então resolvi relaxar um pouco e aceitar a imperfeição das coisas sem tanta pressa em concertá-las.
Já em relação às pessoas compreendi que não podemos aprender a lição por elas. Então comecei a exercitar minha capacidade de enxergá-las além das imperfeições.
Esse é um exercício árduo que ainda levarei anos praticando até o assimilar completamente.
Acredito que a mudança de hábito é um exercício constante, mas assimilar a ideia da imperfeição como característica e não como simplesmente defeito, já foi um começo e tanto.
E dessa reflexão acabei escrevendo esse pequeno poema ...

Medida certa


Procuro
A medida certa para o amor
Aquela que me mantenha próxima sem me tornar invisível
Que me mantenha distante sem me fazer esquecida
E me ajude em todas as relações da vida.

Procuro
 A medida perfeita
Para amar o imperfeito
Para aceitar o defeito
Para acolher no meu peito
Mais do que o meu coração.

Procuro
À medida do amor que liberte sem parecer abandono
Que convide a ficar, mas deixe partir
Que mantenha junto e não se torne prisão

Procuro,enfim, aprender...
 A amar
A permitir errar
A perdoar
E assim compreender e aceitar
Que o exercício da vida, acima de tudo, é amar.
Joaquina.