Há sempre algo de imponderável em todas as escolhas!
Parece óbvio falando assim, mas levei muito tempo entendendo isso.
Por muitas vezes me senti como um jogador de xadrez levando um xeque-mate do adversário.
E, o que era pior no meu caso, é que o adversário em questão era sempre eu mesma.
Então, o que fazer para acertar a jogada? Como aprender a me movimentar nesse grande tabuleiro?
Impossível encontrar uma fórmula.
Impossível controlar o imponderável por trás de cada escolha.
Quando tomamos uma direção nesse nosso grande jogo da vida depositamos expectativas em determinado caminho. Mas a verdade é que esse caminho ainda está por se construir. E é ao longo dessa construção que ele realmente se configura.
Será então que na vida atiramos sempre no que vemos e acertamos no que não podemos ver?
Talvez.
Fato é que, ao fazermos uma escolha, milhares de situações surgirão desse movimento e...
Talvez acertemos a jogada.
Talvez sejamos surpreendidos pela reação produzida por ela.
Mas diferente do Xadrez, não acredito em xeque-mate.
O que aprendi da dinâmica da vida é que o imponderável é justamente o que vem para conduzir o jogo. De modo que ele nunca se acabe.
Sim é isso mesmo!
Alguma coisa me diz que se controlássemos tudo e se nossas escolhas traçassem linhas retas em nossos caminhos acabaríamos por sofrer um xeque-mate.
Para mim, é o imponderável que nos conduz ao exercício criativo de ser maleável, adaptável, transformável.
Enfim, de se reinventar a partir de cada nova situação.
E isso, sim, é que torna as possibilidades infinitas e faz com que o jogo da vida jamais tenha fim.
Joaquina.
Retrato do jogador de xadrez de Marcel Duchamp 1911