quarta-feira, 27 de março de 2019

Tirando a Ferrugem ...

Muito tempo sem escrever, muitos outonos caminhando sem palavras.
Léguas pausadas para viver o presente sem interrupções.
Mas lá de dentro do meu caminho, andei de roda pra não perder o passo.
Enquanto isso, tudo que era eu virava mudança ,mas eu não via porque caminhar consome e no caminho a gente também encontra muita distração.
Foi então que de repente, espiei da janela da alma e vi meu reflexo em seu espelho.
 E olha que o susto foi grande!
Grande porque enquanto eu buscava dentro, lá fora o tempo seguia.
A essa altura, os olhos daqueles que antes me fitavam já não me enxergavam mais.
Isso é porque a vida vai saindo do estado de vir a ser para ser, concretamente.
O que foi possibilidade passa a ser o que é possível, passa a ser o que você de fato possui e não o que deseja.
E ainda que a obra nunca se acabe, você foi, é e certamente será, um ser concreto e não aquele feito de sonhos.
Será o possível, o real e não o imaginado.
Será conforme seu caminho e não conforme as estrelas que povoaram seus pensamentos.
Será concreto como seus dentes e não efêmero como seu sorriso.
Será suas pernas, seus braços e não seus desejos cujos membros não alcançam.
E não se engane, pois só conseguirá transpor o perímetro do seu corpo quando quantum se fizer em você.
Quantum seu salto abandonar seus desejos e frustrações para gerar luz.
Luz que te projeta para fora do ego em direção ao seu centro.
Para deixar de ser apenas corpo e se tornar EU.

Saudações,
Diário de Joaquina by Carla Antunes.


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